Migas de Espargos

Migas de Espargos, um manjar de deuses para pobres mortais. Serve-se na exangue Planície Transtagana. Prove, antes que acabe.

2005/10/26

Topázio

A acreditar no GUIA do Expresso, a SIC Mulher passa, hoje, o filme Topázio, de Alfred Hitchcock. Filme de espionagem, com um final fascinante, é interpretado por John Vernon, Frederick Stafford, Dany Robin e Karin Dor. Vivamente recomendado para um final de noite em beleza.

2005/10/23

Há 43 anos

Os Estados Unidos decretaram um bloqueio aéreo e naval a Cuba, na sequência da descoberta de bases de mísseis soviéticos naquela ilha. Foi há 43 anos.

2005/10/19

A não perder

Hoje, às 23 horas, na Sic Mulher, veja (ou reveja) PSICO, de Alfred Hitchcock, com Janet Leigh e Anthony Perkins. Um filme estreado em 1960. Hoje, um clássico do cinema.

2005/10/18

Go on!

Força, senhor ministro das finanças, gostei da sinceridade com que apresentou o orçamento. Bom esforço. Que Deus nos proteja de algum erro grave que, eventualmente, mine os seus honrados cálculos. Era só o que nos faltava.

2005/10/16

Importante

A melhor coisa que aconteceu a Lisboa, nestas eleições, foi a entrada de José Sá Fernandes. Assim ele saiba assumir tranquilamente o papel de "provedor" dos lisboetas, que se propõe levar a cabo e não emperre a máquina com actos oposicionistas gratuitos. Acredito que vai ser um mandato excelente, numa CML mais atenta.

2005/10/13

Mais vale um DN a voar que nenhum na mão

Antes voe. Continuando como correia de transmissão do PSD, perde o interesse. Nunca li o Avante, nem o Portugal Socialista, tão pouco o Povo Livre. Têm as suas clientelas, ponto final. Não partidarizem o DN! Agarrem outro qualquer mas deixem o DN, essa instituição da imprensa portuguesa, tão maltratada e instrumentalizada, ao longo da sua longa história.
As polícias não são modelos de correcção profissional, todos sabemos. Nem têm sindicatos à altura. Aliás, nem sindicatos deviam ter. Mas vir à carga, utilizando-as como arma de arremesso, um dia depois das eleições, é obra. Faz lembrar um pugilista que sente fraco o oponente e acha ser altura de tentar o KO.

2005/10/08

Pedro e Inês

Esperava um pouco mais do 1.º episódio. Ontem, na RTP1, numa excelente recriação cénica e ambiental, houve espaço e tempo para alguns reparos, na interpretação, no ritmo da narração e na linguagem.
Esperava, de Nicolau Breyner, um mais credível D. Afonso IV, isso não faz dele mau actor, mas nem sempre se acerta, na composição de um personagem. Gostaria de ter sentido os actores, na generalidade, menos espartilhados (por vezes, alguma insegurança em relação à época e vida quotidiana, dão origem a interpretações inconsistentes). O ritmo é, um pouco, "à portuguesa", algo mastigado, arrastado.
A linguagem utilizada é oscilante: tanto se aproxima do arcaismo linguístico do séc. XIV, às vezes mal utilizado (Sejais(?) bem-vindos...) como se coloca próxima de padrões mais modernos.
Até agora, vale sobretudo pela credibilíssima recriação da época: interiores, exteriores cuidados (para não se tornarem inverosímeis) e guarda-roupa. Acredito que, em próximos episódios, tudo ganhe maior consistência.

2005/10/07

A propósito de Melilla

De quem é o Mundo, afinal?

Quem é mais português: o engenheiro ucraniano que agarra a sua oportunidade, trabalhando nas obras? Ou o luso iletrado que acha que tem direito a mais e melhor?

Quem tem direito ao melhor naco de "castelhanismo": o magrebino que trabalha doze horas por um prato de lentilhas? Ou o espanhol que gasta, em drogas, o rendimento de inserção social?

De quem é o Mundo? De quem é a terra? De quem é a pátria, todas as pátrias? Quem dividiu o planeta em parcelas? Investido de que direito? Se se arroga de algum, quem lho concedeu?

2005/10/06

Manhãs de Outubro

Iguais às de Setembro, muito parecidas às de Agosto. Saio, de manhã, a pé, camisa manchada de suor, a mão feita pála, sobre os olhos franzidos. Embotamento, é o que nos dá esta luz excessiva trazida do Verão, caída em Outubro, espero que engane a gripe anunciada, morbidamente, pelos canais de TV. Tosse o cão, o papagaio, o dono, que esta poeira não assenta. O carro dá choque, da secura, da electricidade estática, chega a fazer faísca nos dedos. A paciência emigrou, não estou para ninguém. E depois dizem que, depressiva, é a chuva.

Ónus da prova

E se for instituído pelo Governo que nos compete, a nós, provar que nunca tivemos líderes tão competentes como estes? Como descalçar uma bota que nunca usámos? Como saborear um vinho que nunca nos escorregou pela garganta? Como provar o inverosímil? (atenção que isto não se aplica só ao PS)

A inversão do ónus da prova vai obrigar os visados a puxar pela imaginação. O nosso PR está, agora, atento, mas tem andado um tanto distraído.

Vamos votar!

Esqueçam os candidatos, esqueçam os partidos, tapem o nariz, escolham (ou limitem-se a dobrar o boletim, como eu), regressem a casa, sentem-se em frente da TV e regalem-se com as declarações de vitória de todas as formações: o vencedor, porque venceu; o maior perdedor, porque não perdeu; a esquerda, porque ganhou a esquerda; a direita, porque não perdeu a direita. É um exercício mental notável, que nunca perco.

Depois, deixem correr o tempo e vão anotando as promessas omissas... até à próxima "reprise".

Estamos em Hollywood?

Não estamos em Hollywood, pois não? Então deixem-se de filmes.